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19 de jul. de 2010

O Poder Maior

Quando se fala de Absolutismo, sempre vem em nossa cabeça reis como Henrique VIII, Elizabeth I e lógico Luis XIV. No entanto a maioria dos manuais esquecem de colocar nessa lista alguns monarcas espanhois como Carlos V e Felipe II.
Poder absoluto...é complicado para nós, inseridos em um governo representativo entendermos como realmente funcionava esse tipo de Estado. Claro que nos nossos manuais recebemos a idéia de que esses monarcas controlavam absolutamente tudo em seus estados, política, economia, sociedade, religião. No entento, será realmente absoluto o poder desses monarcas? Será que as pontas de seus dedos alcançavam todos os rincões dos seus impérios coloniais? Muito difícil.
Um exemplo mais ilustrativo, no meu entendimento é o caso espanhol. Um império gigantesco na América onde toneladas e toneladas de metais preciosos eram retirados as custas do sangue, suor e almas de milhões de índios. Uma riqueza impressionante inclusive para os padrões atuais que ao final das contas se esvaiu pelos bolsos furados da coroa e sua política mercantilista estúpida.
Carlos V foi um dos mais poderosos monarcas espanhóis, estava a frente de literalmente meio mundo, ao longo do seu governo a fortuna espanhola, com os metais do novo mundo aumentou cerca de nove vezes e meia. Espanha saltou de 1.246.124 para 11.838.637 maravedis em metal precioso importado da América.
No entanto, mesmo com uma grande riqueza, Carlos V precisou do auxílio de uma família de banqueiros. Como disse Leo Huberman em A História da Riqueza do Homem (ZAHAR EDITORES, 15ª Ed., pg. 102):
“Foi um pequeno banqueiro alemão, Jacob Fugger, chefe da grande casa bancaria de Fugger, quem decidiu a questão de a quem caberia usar a coroa do Sagrado Império Romano: se Carlos V da Espanha ou Francisco I da França. A coroa custou a Carlos 850 mil florins, dos quais 543 mil foram emprestados por Fugger, Podemos fazer uma idéia do quanto era influente Jacob Fugger, o homem por trás dos bastidores, pelo tom de uma carta que escreveu a Carlos quando esta atrasou o pagamento da dívida. E apenas devido ao tremendo poderque lhe provinha de sua fortuna, teve Fugger a audácia de escrever tal carta: … “Além disso, adiantamos aos emissários de Vossa Majestade uma grande quantia, parte da qual nós mesmos tivemos que levantar, através de amigos. É bem sabido que Vossa Majestade Imperial não teria obtido a coroa do Império Romano sem a minha ajuda, e posso prová-lo com documentos que me foram entregues pelas próprias mãos dos enviados de Vossa Majestade. Neste negócio não dei importância à questão de meus próprios lucros. Porque, tivesse eu deixado a Casa da Áustria e me decidido em favor da França, muitos mais teria obtido em dinheiro e propriedades, tal como, então, me ofereceram. Quão graves desvantagens teriam, nesse caso, resultado para Vossa Majestade e a Casada Áustria, bem o sabe Vossa Real Inteligência.”
Bom, realmente o nosso Jacob Fugger é um homem de fibra, indignado com a falta de Carlos V. De acordo com o autor, o capital dos Fuggers em meados do século XVI era de cerca de 5 milhões de florins, certamente uma quantidade de recursos muito maior do que a de muitos países, cidades livres e príncipes da época. A casa bancária dos Fuggers não era a única existente. Outras tantas existiam e quase tão grandes. Temos o exemplo da Welser que assim como os Fuggers, emprestou recursos para Carlos V com 143 mil florins.
Nesse momento de transição do feudalismo para o capitalismo percebemos o surgimento de uma nova forma de riqueza, não estática, imóvel, mas muito pelo contrário, móvel que pode ser aplicada nas mais variadas atividades, o dinheiro. E pelo que se pode notar, essa nova força, é mais poderosa que os nossos todos-poderosos reis absolutistas.

3 comentários:

Anônimo disse...

Talvez muito dessa "estupidez" das coroas europeias sejam responsáveis por questões econômicas persistentes até os dias atuais. Portugal e Espanha são países notavelmente periféricos na europa ocidental, a França apresenta vários problemas sociais até os dias atuais. Estes países apresentaram um traço em comum: coroas que esbanjavam dinheiro e pouco se preocupavam em lucrar. Do outro lado da moeda existem países que nem conheceram o absolutismo: A Suíça, que inclusive surgiu de uma revolta camponesa. Hoje a Suíça apresenta o cidadão com a maior fortuna pessoal per capita do mundo, não há restícios de miséria no país e lá atingiu-se a chamada democracia plena, em que é possível com simples abaixo-assinados criar novas leis.

Anônimo disse...

historia é a matéria mais chata que existe eu odeio história..

Anônimo disse...

"história é a matéria mais chata que existe eu odeio história.."
pelo visto tu odeia outras matérias tambem, perdeu teu tempo aqui...
Ótimo trabalho do blog!!!
parabens!