Postagens populares

18 de jul. de 2012

A Desobediência Civil - Henry David Thoreau

A pedido deixo o link do Portal Domínio Público onde esta presente o texto. É curtinho, mas vale a pena ler. Para quem gosta do cheiro de papel, em qualquer sebo, biblioteca e até mesmo supermercados e rodoviárias (aqueles que vende lógico) tem.
No mais, boa leitura :D

http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000019.pdf

2 de jul. de 2012

Se a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata

 Um ótimo texto sobre um livro que faz alguns pensamentos interessantes...

APRESENTAÇÃO A obra possui dezesseis capítulos, com tendência multidisciplinar, constatando que sem auto-estima, há maior dificuldade de se assimilar conceitos, ainda mais conceitos novos que o sistema educacional vem propondo.

CAPÍTULO I: “A FALÁCIA DA CURVA DE GAUSS” Inicia avaliando o uso da curva de Gauss como sitematizadora da situação dos alunos na qual os bem dotados estão acima, e, os menos dotados abaixo. O que embasa que em avaliações normais há reprovação para os abaixo da curva. Tal processo avaliativo dito normal não averigua fatores como a criatividade do sujeito, o tempo gasto, e o ser humano envolvido na situação. A postura científica da curva de Gauss não deve se aplicar a educação, pois tende a coisificá-la e a justificar o conceito de “reprovar com justiça”. A pessoa humana martela a curva com suas diversas virtudes, diversos tipos de inteligência.

CAPÍTULO II: “AMASSANDO A CURVA” Sugere que a competição começa com o professor no objetivo e classificar o aluno ao invés de tentar levar a todos a atingir o conhecimento. Mostrando a problemática de pouco tempo para a grande carga de conteúdo. Expõe que a educação vem sendo enterrada pela normatização e uniformização com padrões rígidos quanto à temporalidade da formação. Faz uma analogia com o tempo de aprendizado e tempo de cura, mostrando que ambos os casos contam com diferenças individuais e que tanto a convalescença quanto o aprendizado não obedecem a padrões de tempo pré-estipulados. O importante é chegar ao destino e não o tempo que se gasta para tal. O importante é tentar várias vias, várias formas de aprender, mas sempre tentar. Cita o sistema do escotismo, criado por Baden Pawel em que o grupo fica livre, mas que em determinada hora o estabelecido deveria estar pronto para a inspeção do campo e formatura para a bandeira. Considera que estabelecer competição é dizer que independente do esforço, grupos de menor experiência não tem premiação, ou mesmo, não tem tanto valor quanto os bons. Esse tipo de padrão competitivo é uma fábrica de desanimados. Quem ensina deve centrar no aprendizado da maior parte do grupo possível.

CAPÍTULO III: “O CURRÍCULO MATA” A vivência profissional não envolve somente o currículo escolar, mas a experiência de vida. Segundo o dito latino: “Non scholae sed vitae discimus”, não aprendemos para a escola, mas para a vida. O grande problema da escola é que se decora para testes, aprendem-se macetes, dribla-se a avaliação. Preparar-se para a vida fica em plano secundário ou mesmo esquecido. Nas palavras do autor: “... estudou coisas enormes, quantidades que não cabiam em cadernos e quantos livros você foi obrigado a comprar e nunca usou...” A maioria dos assuntos pesquisados não tem oportunidade de ser usado na vida, e quanto tempo é perdido enquanto poderia estar se estudando o que se gosta. Os pilares da escola são: currículo, programa e nota; Em detrimento ao saber e ao deleite humano. Chega-se a necessitar de um bisturi pedagógico que corte fundo. O currículo tem que abranger leitura, visitas, relatórios, observações e movimento. É importante o cuidado de perceber a necessidade de disciplinas novas, lecionando coisas diferentes. Transcrevendo literalmente: “Cada disciplina é ministrada para atender à corporação dos docentes, enquanto a sociedade é muito maior que a corporação de docentes”. A educação tem que servir à sociedade.

CAPÍTULO IV: “A QUANTIDADE SATURA” Ministrar muito conteúdo leva ao desanimo e a completa entrega diante das dificuldades, pois as mesmas parecem impossíveis de serem superadas. O estudo que deve ser um processo de renovação pessoal passa a ser uma tortura da inteligência. Observa-se o aluno a aprender o que gosta e o que não gosta, o que é necessário e o absolutamente desnecessário, o atualizado e o desatualizado. A função de enxugar o conteúdo é do professor. Mas, o professor também está marcado pela saturação das quantidades, ele foi formado em um sistema onde o mestre é o agente de uma sociedade a favor de uma elitização. Perpetua-se os erros, porque assim que foram ensinados e nunca se ensinou a respeito do questionamento que é feito. O limite humano é dado pelo tamanho das idéias.

CAPÍTULO V: “O QUE É QUALIDADE?” Segundo o autor qualidade é a linguagem da moda que incorpora conceitos e depois critica-os. Alguns ainda usam o termo reciclagem profissional como que a aproveitar o lixo intelectual. O grande problema da quantidade é a insuficiência das ferramentas disponíveis. Não adianta conceituação e sistematização sem a presença do elemento humano. Um grande acontecimento educacional é quando dois seres se encontram e suas idéias se chocam, tais seres se tornam diferentes e é imprevisível o que poderá suceder a cada um. A excelência humana é mais completa que a excelência acadêmica. E, a verdadeira qualidade em educação depende é da qualidade humana. Se eficiência é fazer bem feito, eficácia é fazer o que deve ser feito. Só eficiência não basta, é preciso ter eficácia, fazer o que deve ser feito.

CAPÍTULO VI: “A UTILIDADE ANIMA” Quando alguém percebe que faz coisas úteis, melhora sua auto-estima e a alegria anima todo o seu organismo. O amargor não cura, a vida tem seus dissabores, mas aumentar os que já existem é um contra-senso. Deve-se tirar o que não é útil do programa para proporcionar um conhecimento com prazer.

CAPÍTULO VII: “A ATUALIZAÇÃO MOTIVA” Estudar conteúdos atuais é motivador porque existe uma relação imediata com a realidade da vida. O autor denomina os professores arcaicos de “professauros” e usa a máxima: “Quem não se atualiza, fossiliza-se”.

CAPÍTULO VIII: “A REPROVAÇÃO COMPROMETE A INSTITUIÇÃO” Diante da reprovação o aluno é colocado como grande culpado do seu fracasso. Com a reprovação como tradição, a escola serve mais para impedir o sujeito do que para promovê-lo. Tal fato deixa a libertação proposta por diversos sistemas de educação restrita ao papel, pois não efetiva mudanças no curriculum ou no programa. Mediante a visão da escola, não importa o tipo de cidadão que é capaz de formar, mas a capacidade que tem de promover um estudante, mesmo que ele passe por cima dos demais, de acordo com uma competitividade selvagem aprendida entre muros, entre os muros da escola. Segundo a obra: “A reprovação está dentro de um contexto, não se trata de um fato isolado. São culpa da escola, do aluno, da família e do sistema.” O grande problema da maioria dos professores é que a matéria prima pode não reagir porque não tem vontade, mas os alunos são seres humanos e podem dizer que concordam ou não. Se o aluno diz não a algum conteúdo é sempre culpado por não aprender, por não querer aprender. Os demais isentam-se da culpa que é toda lançada nele. A reprovação é sempre mais um problema de “ensinagem” do que de aprendizagem.

CAPÍTULO IX: “OS PONTOS FORTES DOS ALUNOS” “O papel do professor é buscar os pontos fortes dos alunos.” – Santo Agostinho; Quando o professor busca o ponto fraco do aluno, ele mesmo se sente frustado. É preciso promover mais e recriminar menos. Os professores, de um modo geral, assinalam o erro e rabiscam bem o que está errado com canetas especiais para chamar atenção sobre o erro. Tal método perde a força de fixação acerca do acerto. Até a família foi sugestionada de tal forma, e querem que o professor marque o erro e corrija. O professor deve apenas escrever a forma correta. Ninguém precisa aprender sofrendo.

CAPÍTULO X: “A ESCOLA DO FUTURO” Terá que lidar com a questão do virtual e uma possível redução das manifestações humanas. Com o mundo virtual também será mais fácil aprender. Deve-se humanizar o novo contexto para não haver perda da que existe de precioso na humanidade: a capacidade de distinção entre o ser e o não ser. O autor relata que a escola do futuro vai requerer dos educadores uma transformação na linha da humanização. As inteligências múltiplas deverão ser desenvolvidas para embasar as pessoas para lidarem com situações imprevisíveis.

CAPÍTULO XI: “MUDANDO PARADIGMAS” Os paradigmas dão segurança em relação ao passado e criam o medo em relação ao novo. É a ótica do negativo que justifica o título da obra. O fato de considerarem a reprovação como meta, de não cultivar o prazer de estar na escola. Existem muitos paradigmas em relação à educação, que se instalaram e não auxiliam o aprendizado. Alguns deles são: seriação, nota, bimestre letivo, dependência, recuperação, dentre outros. Há professores que se realizam nesse conceito para pagar, sem perceber, tributos aos paradigmas do passado. Nas palavras do autor: “O que serve fica de lado, o que não serve e ajuda nas reprovações, retenções e dependências são usadas à larga porque muitos ainda pensam que a boa escola é a que reprova, como se o bom hospital fosse aquele que matasse”. A escola não pode mais depender dos medrosos que fogem da ousadia de viver.

CAPÍTULO XII: “SOMBREAMENTO” Algumas instituições classificam os acadêmicos de acordo com o nível do que deixou de aprende, o que é entendido como sobreamento. Não basta ser humano, o código lingüístico tem que acompanhar, pois como se pensa influi em como se fala e o modo de falar é a expressão da própria vida.

CAPÍTULO XIII: “ABATIMENTO” Um professor não pode se mostrar abatido, pois, abatimento é um sintoma grave que acaba sendo transferido para o aluno, que por sua vez, transfere para o conteúdo ministrado. Assim, os alunos passam a achar sem saber as razões, que a escola é insuportável, chata, um lugar a ser evitado. Uma postura de desânimo expulsa os alunos da escola, pois os mesmos se entediam com a lamúria.

CAPÍTULO XIV: “PROSTRAÇÃO” “Abracei o vento como último momento na praia e fui dormir tendo o nada como companhia”. Cada profissão tem seu padrão de realização, assim como o circense se nutre com a platéia. O professor não pode e não deve nutrir-se no nada, deve nutrir-se do prazer de ver o que ensinou; De perceber que preparou os seres humanos para o imprevisível do amanhã, ensinando pessoas a entender as demais em busca de soluções.

CAPÍTULO XV: “ÂNIMO E PERSISTÊNCIA” “Temos primeiro que compreender que não há vida sem risco – e que quando nossa alma é forte, tudo mais é secundário, até os riscos”. – Elie Wiesel (sobrevivente do Holocausto). O autor defende a necessidade da existência e adoção de valores, ressaltando que é fundamental focar em um objetivo. Pois, sem valores não se chega à parte alguma, ou ainda aonde o vento levar se houver vento. Uma solução diante da divergência de opiniões é a democracia por possibilitar a vida de forma mais harmônica em meio ao pluralismo. Viver o plural não precisa ser uma guerra de oponentes, mas uma resultante de sensatez. O capitalismo termina com a sentença: “A escola precisa ser pensada na linha da informação, da criatividade, da intuição e do sonho”.

CAPÍTULO XVI: “EDUCAÇÃO GERADA NA ESPERANÇA” A esperança dá a certeza, a certeza de que os problemas podem ser superados mediante a uma postura de metas claras. Uma saída para os problemas educacionais está em estabelecer metas claras e saber os valores nos quais embasar-se e escolher os valores adotados que guiarão as ações. A alegria deve aliar-se a felicidade que é capaz de promover a realização. Segundo Einstein, se o sujeito faz parte do universo, quando o mesmo cresce, o universo todo cresce com ele.

REFERÊNCIA:
TEXTO RETIRADO DE: www.http://mayralopes.blogspot.com.br acessado em 02/07/2012 as 16:20